Slackware NIS micro-HOWTO
Piter PUNK
Este texto tem como objetivo setar rapidamente um servidor NIS, não
abordaremos detalhes de configuração nem de segurança. Para estes
maiores detalhes, leia o NIS-HOWTO. Este arquivo foi escrito tendo
como base o Slackware 9.1
1. O que é NIS?
O NIS foi criado pela SUN (que também criou o NFS) e é utilizado para
compartilhar informações para a rede (tanto que a sigla NIS quer dizer
Network Information Service). Apesar de poder enviar vários tipos
de informação, normalmente é utilizado para compartilhar as senhas
do servidor para várias máquinas clientes.
Nestes casos de compartilhamentos de senha, costuma ser interessante
compartilhar também o /home dos usuários do servidor nas máquinas clientes,
isso é conseguido utilizando o NFS que é abordado em outro artigo.
2. Servidor
2.1. Configurando o seu domínio NIS
A primeira coisa a fazer é decidir um nome para o seu domínio NIS,
você pode escolher qualquer nome mas, de preferência, utilize um nome
de domínio que não tenha nenhuma ligação direta com a sua rede (e muito
menos com o domínio de internet dela).
Depois do nome escolhido, coloque este nome no arquivo /etc/defaultdomain
# echo nome_que_vc_escolheu > /etc/defaultdomain
Assim, o nome do domínio estará já "pronto" para ser lido no próximo
boot. Para continuar a configuração agora, execute o comando:
# nisdomainname `cat /etc/defaultdomain`
O `cat /etc/defaultdomain` irá ler o nome do domínio que você colocou
em /etc/defaultdomain. Você poderia também escrever ele diretamente ao invés
de usar o cat.
Depois, entre no diretório /var/yp e lá edite o arquivo Makefile:
- Onde está MERGE_PASSWD=true, coloque false
- Onde está MERGE_GROUP=true, coloque false
Caso estes dois fiquem como "true", o arquivo shadow e o arquivo passwd
seriam mesclados em um só arquivo passwd (o mesmo ocorrendo com o group e
gshadow)
Após configurar o Makefile e o seu domínio NIS, é hora de acionar
o servidor e criar os arquivos do domínio em si, ainda no estando
no /var/yp digite:
# ypserv
# make
Pronto! Você é um feliz possuidor de um domínio NIS. Se você quiser,
pode editar outros parâmetros dentro do Makefile. Não se preocupe se após
o "make" houverem algumas mensagens de erro, apenas verifique se foi criado
um diretório com o nome do seu domínio dentro do /var/yp.
É extremamente recomendável editar o /var/yp/securenets assim será
possível exportar suas senhas apenas para as máquinas da sua rede
local (e não para todo o planeta como indica o arquivo default).
2.2. Configurando o servidor em si
Para iniciar o seu servidor toda vez que a máquina for iniciada,
precisamos primeiro tornar o arquivo /etc/rc.d/rc.yp executável, o
que é conseguido com o comando:
# chmod +x /etc/rc.d/rc.yp
Após torná-lo executável, vamos editar o arquivo para torná-lo
nosso servidor. Primeiro, descomente as seguintes linhas:
# if [ -r /etc/defaultdomain ]; then
# nisdomainname `cat /etc/defaultdomain`
# fi
Isso irá fazer com que seja carregado o nome do nosso domínio NIS.
Ainda no /etc/rc.d/rc.yp, descomente as linhas abaixo:
# if [ -x /usr/sbin/ypserv ]; then
# echo "Starting NIS server: /usr/sbin/ypserv"
# /usr/sbin/ypserv
# fi
Estas linhas são responsáveis por iniciar o servidor. Vamos lembrar
sempre que descomentar uma linha consiste em remover o # que está na
frente dela.
Além destas, você poderia querer ativar o rpc.yppasswdd que é uma
maneira de fazer com que seus usuários (utilizando o comando yppasswd,
alterem as suas senhas na rede). Neste caso, deve descomentar estas
linhas:
# if [ -x /usr/sbin/rpc.yppasswdd ]; then
# echo "Starting NIS master password server: /usr/sbin/rpc.yppasswdd"
# /usr/sbin/rpc.yppasswdd
# fi
Uma última alteração a ser feita no servidor é no arquivo /usr/sbin/adduser,
onde devemos acrescentar a seguinte linha:
( cd /var/yp ; make )
Assim, toda vez que você incluir um usuário no sistema, a base NIS
será atualizada. E você não irá precisar refazer a base manualmente a
cada boot.
3. Cliente
A parte mais difícil (o servidor) já foi feita, agora é apenas
editar uns poucos arquivos no cliente. O primeiro deles é o /etc/defaultdomain,
você deve colocar nele o mesmo nome que está no servidor. Se não
está lembrando agora, é só fazer:
# echo nome_que_vc_escolheu > /etc/defaultdomain
Logo em seguida, edite o /etc/rc.d/rc.yp e descomente as seguintes
linhas:
# if [ -r /etc/defaultdomain ]; then
# nisdomainname `cat /etc/defaultdomain`
# fi
E, logo depois:
# if [ -d /var/yp ]; then
# echo "Starting NIS services: /usr/sbin/ypbind -broadcast"
# /usr/sbin/ypbind -broadcast
# fi
Lembre que, após editar o /etc/rc.d/rc.yp, é interessante torná-lo
executável. Isso é feito com o comando
# chmod +x /etc/rc.d/rc.yp
Agora, devemos editar o /etc/nsswitch.conf. Você deve comentar as linhas:
passwd: compat
group: compat
E descomentar estas:
# passwd: files nis
# shadow: files nis
# group: files nis
Nunca é demais lembrar que para comentar basta colocar um # na frente
da linha e para descomentar basta retirar esse #.
A última configuração que você precisa fazer é incluir um sinal de
mais (+) no final de cada arquivo que você está enviando via NIS.
Por exemplo, se você está enviando o arquivo /etc/passwd, faça no
cliente:
# echo + >> /etc/passwd
E assim sucessivamente para cada arquivo. Para compartilhar as senhas
e grupos, os arquivos serão o /etc/passwd, /etc/shadow, /etc/group e
/etc/gshadow
Se você quiser testar mas não estiver a fim de rebootar a máquina, digite:
# /etc/rc.d/rc.yp
# ypcat passwd
Irá aparecer a lista com os usuários exportados pelo servidor.
4. Informações
Para maiores informações, leia:
- NIS-HOWTO
- man ypserv
- man ypbind
- /usr/doc/yp*
Ou, em último caso, entre em contato comigo através do e-mail:
piterpk@terra.com.br
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