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Montando um servidor de aplica��es X

Piter PUNK

Em artigos anteriores, escrevi sobre o XDM e sobre como transformar um velho 386 em um terminal X. Por�m, o X terminal n�o tem utilidade nenhuma sem um servidor de aplica��es para X!! Com este artigo n�s fechamos o c�rculo, montando o servidor.

1. Introdu��o

A arquitetura do X Window System, permite que um programa seja executado em uma m�quina e visualizado em outra. Esta t�cnica � muito indicada para montar laborat�rios, salas de aula, cybercaf�s utilizando m�quinas com poucos recursos, e garantir para estas m�quinas todas as funcionalidades de uma mais potente.

Neste artigo iremos mostrar algumas configura��es do xdm (X Display Manager) outras do xfs e algumas do xfstt (Servidores de fontes para o X). Quest�es sobre a apar�ncia da tela de login do XDM podem ser respondidas no meu artigo: Configurando o XDM.

Sobre como reaproveitar micros antigos como Xterminais, veja o artigo Um 386 como X Terminal. L� tem v�rias informa��es sobre como instalar e configurar o Linux com X em m�quinas m�nimas.

2. Requisitos

A maior parte dos requisitos para fazer funcionar um servidor X est�o dispon�veis na sua distribui��o. Como eu uso Slackware tanto em meus servidores quanto nos clientes, minhas explica��es ser�o dadas com base nesta distro. Voc� vai precisar:

  • Um computador rodando Linux;
  • 64MB + 32MB para cada cliente (meio exagerado, mas � melhor sobrar que faltar);
  • Placa de Rede;
  • xdm;
  • xfs e;
  • xfstt (caso queira fontes TrueType)

� poss�vel rodar com menos mem�ria do que o descrito acima, dependendo unicamente das suas necessidades. 28MB � o quanto o StarOffice ocupa quando � acionado, de 12 a 20MB o Netscape usa sem d�. Processamento n�o � t�o necess�rio, j� fiz testes com um P133 suportando 4 m�quinas e funcionou normalmente, n�o testei StarOffice e nem Netscape+Flash.

3. Instala��o

A instala��o do Linux n�o tem muitos segredos nas m�quinas mais novas, basta inserir o CD no drive de CD-ROM e bootar por ele. Seguindo as instru��es dos menus voc� deve ter uma m�quina instalada em pouco tempo.

O m�nimo imprescind�vel s�o as s�ries A, AP, N e X. Mas � recomendado voc� instalar tudo, j� que os terminais ir�o usar os programas nesta sua m�quina, ent�o � bom que ela possua programas...

4. Configurando

Ser�o necess�rias algumas configura��es no servidor e no cliente, ser� necess�rio fazer com que o servidor forne�a ao cliente as fontes e os X clients. J� o cliente dever� ter indicado onde buscar os X clients e as fontes. Se voc� utilizar o xfstt, ser� poss�vel ter fontes TrueType em seus clientes (e no servidor).

4.1. No servidor...

Vamos dar uma r�pida passada pelos arquivos de configura��o do xdm. Por default, eles j� est�o configurados para aceitar conex�es vindas de qualquer computador. Alterando estes arquivos, voc� pode fazer com que o X aceite apenas conex�es vindas de determinados IPs, usar o Chooser, etc...

4.1.1. /etc/inittab

Pode parecer estranho, mas esta ser� a primeira altera��o. Vamos fazer com que o xdm seja ativado no momento do boot. � muito chato ter que ficar colocando ele para funcionar na m�o toda hora...

Ent�o, procure uma linha semelhante a esta:

id:3:initdefault:
	

E troque o 3 pelo 4 (no Slackware) ou pelo 5 (nos RedHat-like). Assim voc� estar� habilitando o boot gr�fico, que ir� rodar o xdm ou algum equivalente (gdm, kdm ou wdm).

4.1.2. /etc/rc.d/rc.4

No Slackware, o default � usar o kdm, depois o gdm e como �ltima op��o o xdm. Como eu gosto mais do xdm, eu editei o /etc/rc.d/rc.4 e coloquei o xdm como default -:) Uma boa id�ia, � incluir neste script a inicializa��o do xfs. O rc.4 editado ficou assim:

#!/bin/sh
#
# rc.4 - This file is executed by init(8) when the system is
#            being initalized for run level 4 (XDM)
#
# Author: Piter Punk 
#              based on original rc.4 from Slackware
#              Original author: Fred N. van Kempen

echo "Starting up X11 session manager..." 

# Chama o Servidor de Fontes 
xfs &

# Chama o XDM...
/usr/X11R6/bin/xdm -nodaemon

4.1.3. /etc/X11/xdm/Xaccess

Este arquivo decide quais m�quinas poder�o acessar ao ser servidor. A sintaxe n�o � complicada. Apenas coloque o nome das m�quinas que poder�o acessar ao seu servidor. Por exemplo:

#
# Xaccess - Arquivo Exemplo
#
 
# autoriza todas as maquinas do dom�nio bluecup...
*.bluecup-microsystems.com

# autoriza a maquina este host em especial
terminal1.mynet.nom.br

# proibe a conex�o do host cracker.invader.net
!cracker.invader.net

Existem outras configura��es poss�veis. Mas, geralmente apenas com estas informa��es � poss�vel fazer �timas regras. Lembre-se que o * � um coringa, se voc� mant�-lo sozinho em uma linha, voc� estar� autorizando todas as m�quinas da internet a conectarem em seu X server. J� o ! funciona como sendo um ``n�o'', qualquer endere�o depois dele ter� suas conex�es recusadas.

4.1.4. /etc/X11/xdm/xdm-config

Neste arquivo est�o v�rias configura��es gerais do xdm. O que nos interessa, � uma linha semelhante a esta:

DisplayManager.requestPort: 0

Esta linha, serve para indicar qual ser� a porta em que o XDM ir� aceitar as conex�es. Do jeito que est�, ela faz com que o xdm n�o escute em porta nenhuma e, portanto, n�o aceite as conex�es de nossos X terminais. Simplesmente comente a linha, colocando um ! no in�cio dela. Ficando assim:

!DisplayManager.requestPort: 0

4.2. No Cliente...

Com o servidor j� configurado, agora � a hora de arrumar o cliente. Para falar a verdade, n�o � necess�ria configura��o nenhuma, se voc� quiser o seu Xterminal rodando agora, basta digitar no prompt:

$ X -query ip.do.seu.servidor

Por�m, quando fazemos um Xterminal dedicado, queremos que o sistema entre o no X automaticamente e carregue o xdm do servidor (pelo menos eu quero). Ent�o s�o necess�rias algumas pequenas altera��es.

4.2.1. /etc/inittab

As altera��es a serem feitas no inittab s�o as mesmas que foram efetuadas no servidor. Elas s�o feitas para que o terminal entre direto no modo gr�fico.

4.2.2. /etc/rc.d/rc.4

Aqui ser�o feitas algumas altera��es diferentes... ao contr�rio do servidor, onde quer�amos que o xdm fosse carregado, aqui iremos colocar apenas o X para ser executado. Siga o exemplo:

#!/bin/sh
#
# rc.4 - Vers�o especial para um Xterminal
#
# Author: Piter Punk 

XSERVER="ip.do.seu.servidor"

echo "Starting up X11..." 
/usr/X11/bin/X -query $XSERVER

4.2.3. /etc/XF86Config

Esperamos que o seu terminal j� esteja com o X configurado. N�o vamos explicar como configur�-lo nesse documento. Vamos fazer apenas uma pequena altera��o para que o Xterminal possa usar as fontes que o servidor est� disponibilizando.

Onde houverem umas linhas semelhantes a estas:

Section "Files" 
RgbPath "/usr/X11R6/lib/X11/rgb" 
FontPath "/usr/X11R6/lib/X11/fonts/misc:unscaled" 
FontPath "/usr/X11R6/lib/X11/fonts/75dpi:unscaled" 
FontPath "/usr/X11R6/lib/X11/fonts/100dpi:unscaled"   
FontPath "/usr/X11R6/lib/X11/fonts/Type1" 
FontPath "/usr/X11R6/lib/X11/fonts/Speedo"

Apague todas as FontPath e coloque no lugar:

FontPath "tcp/ip.do.seu.servidor:7100" 

Pronto! Se voce preferir, pode deixar alguma das outras linhas do FontPath, do jeito que ficou (com apenas uma linha), o seu Xterminal n�o vai utilizar nenhuma fonte local, ir� utilizar todas as do servidor.

4.3. Fontes TrueType

Depois de tudo isto funcionando, existe ainda a possibilidade de voc� utilizar fontes TrueType em seus computadores. Isto � feito atrav�s do xfstt. Ele deve ser instalado e as fontes devem ser colocadas no diret�rio /usr/share/fonts/truetype.

Uma �tima id�ia, � pegar o programa chamado ``acentos-1.5'' na internet. Este programa al�m de configurar o Slack para acentuar, coloca o xfstt para funcionar -:).

Depois das fontes instaladas e do daemon rodando, basta adicionar esta linha no XF86Config dos clientes (na se��o sobre fontes...)

FontPath "tcp/ip.do.seu.servidor:7101" 

5. Conclus�o

Gra�as � arquitetura cliente-servidor, o X Window System, sempre esteve anos � frente de outros sistemas de janela. Enquanto para algumas pessoas isto � encarado como novidade, os usu�rios do mundo *nix est�o bem acostumados � exportas suas aplica��es, e disp�em de ferramentas facilmente configur�veis e robustas para esta fun��o.

Com este m�todo, computadores considerados obsoletos, podem executar programas de �ltima gera��o em seus servidores. Aumentando o aproveitamento da base instalada e diminuindo os custos de manuten��o e instala��o (j� que os aplicativos estar�o todos no server).

Este artigo n�o pretende esgotar o assunto, sendo que existem v�rias outras configura��es que podem ser feitas tanto no xdm, quanto no X ou mesmo nos terminais. Qualquer sugest�o, d�vida ou cr�tica mande e-mail para: [email protected]


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